Cerca de 20 integrantes da ONG Greenpeace se reuniram em frente ao prédio do BNDES (IBanco Nacional de Desenvolvimento Social) no centro do Rio, nesta segunda-feira, onde soltaram fumaça laranja para chamar a atenção da população sobre a questão da energia nuclear no Brasil.
A concentração ocorreu por volta das 9h30, com grupos que dispararam sinalizadores de fumaça e simularam um resgate de contaminação por radiação. Por medida de segurança, as entradas do edifício sede do BNDES foram interditadas e fechadas com grades. A interdição durou cerca de meia hora.
O ato é um protesto contra o financiamento do BNDES, do valor de R$ 6,1 bilhões, destinado à usina nuclear Angra 3. Um texto no site da ONG se refere ao financiamento como sendo um "calhambeque atômico".
Rafael Andrade/Folhapress |
Ativistas do Greenpeace realizam protesto com sinalizadores na entrada principal da sede do BNDES no centro do Rio |
O dinheiro será usado em obras de construção da terceira usina termonuclear no Brasil, que fica em Angra dos Reis, no litoral sul fluminense.
A verba foi aprovada no final do ano passado, como parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Prevê-se que a usina terá potência instalada de 1.405 megawatts (MW), que seria equivalente a um terço do consumo de todo Estado.
De acordo com o banco, a construção de Angra 3 contribuirá para reduzir a importação de energia gerada fora do Rio.
Situado na ponta de linhas de transmissão, o Rio é tido como vulnerável a contingências operacionais que ocorrem no sistema elétrico interligado Sul/Sudeste/Centro-Oeste, com riscos de queda e desligamento de linhas de transmissão.
"Queremos chamar atenção, amanhã o desastre nuclear de Chernobyl completa 25 anos, e lembrar também que os nossos reatores nucleares são obsoletos e datam da década de 70", disse o coordenador do movimento, Ricardo Baitelo.
No mês de março, um terremoto seguido de tsunami provocou um grave acidente nuclear na cidade de Fukushima, no Japão, e desde então, a discussão sobre o uso da energia nuclear se intensificou em todo o mundo (Folha de São Paulo).
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