miércoles, 21 de septiembre de 2011

Petrobras anuncia descoberta de "nova província petrolífera"




Rio de Janeiro, 21 set (EFE).- A Petrobras anunciou nesta quarta-feira a descoberta de petróleo e gás na bacia marinha de Sergipe-Alagoas, no nordeste do país, constituindo uma "nova província petrolífera" para o Brasil.
Segundo a estatal, "as informações obtidas até agora são suficientes para confirmar o descobrimento de uma nova província petrolífera na bacia".
As reservas de petróleo e gás foram localizadas a 58 quilômetros da costa do estado de Sergipe e a 90 quilômetros da capital Aracaju. A Petrobras esclareceu que este é o primeiro projeto realizado em águas ultraprofundas na parte sergipana da bacia.
A empresa acrescentou que os testes realizados confirmaram as "excelentes condições" das reservas, localizadas entre 5 mil e 5,4 mil metros.
A reserva foi descoberta na concessão denominada SEA-M-426, onde a Petrobras opera em parceria com a empresa IBV Brasil, que possui 40% de participação. EFE

viernes, 19 de agosto de 2011

Estado da Bahia é destaque em Leilão de energia eólica

Link ativo do Portal EcoD.
http://www.ecodesenvolvimento.org.br/posts/2011/agosto/estado-da-bahia-e-destaque-em-leilao-de-energia#ixzz1VWpTxzD7
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A Bahia, ao lado do Rio Grande do Sul, foi destaque no leilão de energia eólica (A-3), realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) do Governo Federal, encerrado quinta-feira, 18 de agosto. Dos 78 empreendimentos leiloados, 18 serão instalados na Bahia, somando 414,4MW.
“A Bahia consolida sua vocação para a energia renovável, chegando a 52 projetos eólicos em instalação ou previstos no estado. Quando estiverem funcionando, vão acrescentar cerca de 1.414,4 mil MW à rede elétrica”, afirmou o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia.
O secretário comentou sobre a garantia do suprimento de energia por meio de fontes limpas e a importância de empreendimentos sustentáveis para estado. “A Bahia ganha investimentos importantes no interior, onde justamente o Governo quer investir mais em industrialização e gerar novos empregos”, frisou.
Com o advento de fabricantes dos equipamentos do setor, a energia eólica tornou-se mais viável. “A Bahia tem contribuído bastante com a vinda de empresas para integrar a cadeia produtiva de eólica. Estamos em uma fase de produção de equipamentos em escala no Brasil, o que permite a redução dos custos operacionais”, declarou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética – EPE, Maurício Tolmasquim.

Empreendedores
A empresa Renova Energia construirá nove parques, o que representa 212,8MW em potência. A Enel Green Power (EGP) foi responsável pela venda de 52,8 MW, divididos em dois empreendimentos, também em solo baiano. No leilão de reserva, a empresa alemã MAN B & W Energia venceu com sete projetos, em um total de 148 MW.
Com lances abaixo dos R$100 por MW/h, o deságio médio da disputa foi de 28,4%. Ao todo, 55 usinas de geração de energia a partir da força dos ventos negociaram produção.
O Rio Grande do Sul é o estado com mais empreendimentos deste tipo. Serão construídas em 26 usinas, o que representa a produção de 624,4MW.

Parque industrial
Além dos parques espalhados pelo sertão, a Bahia deu início a organização de um parque industrial voltado para a produção de equipamentos de energia eólica.
Em julho de 2011, a Gamesa foi inaugurada no Polo Industrial de Camaçari, iniciando a produção de turbinas eólicas. A empresa espanhola investiu R$ 50 milhões na unidade, que vai produzir, na primeira etapa, motores com capacidade para 300 MW/ano.
Até o final do ano, a previsão é de que a companhia francesa Alstom inaugure uma fábrica, com investimentos de R$ 50 milhões e capacidade instalada de 300 MW/ano.
Serão realizadas as implantações das Torres Eólicas do Brasil – Torrebrás, em 2012. A empresa vai investir R$ 21 milhões e gerar 235 empregos diretos na fase inicial de produção.
Com informações da Agecom Bahia.

Leia original da notícia aqui

Hortas urbanas orgânicas recebem incentivo federal

Uma animadora notícia partiu recentemente do governo federal: serão destinados R$ 3,2 milhões de reais para um programa de produção de alimentos em hortas urbanas, sem a utilização de agrotóxicos. A medida será aplicada junto a famílias de baixa renda nos estados do Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Sergipe e visa à geração de renda e à preservação do meio ambiente.



Reportagem publicada no site EcoDebate divulgou reunião entre os técnicos do Programa da Agricultura Urbana do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e representantes dos seis estados para explicar o funcionamento do programa, e fazer ajustes e alterações necessárias nos projetos.

O dinheiro servirá, principalmente, para comprar equipamentos e material de consumo e capacitar agricultores.

A coordenadora-geral do programa, Maristela Pinheiro, explicou que o objetivo é desenvolver a prática em todo o país e ensinar técnicas adaptadas às realidades urbanas, como a utilização de recipientes plásticos para a produção de mudas e a transformação de lixo orgânico em compostos para a fertilização dos solos.

“Tornar as cidades produtivas é nosso principal objetivo. As cidades têm muitos espaços ociosos, que poderiam estar produzindo alimentos com a utilização de mão de obra de pessoas de baixa renda. Além disso, a agricultura urbana muda a paisagem da cidade, tornando-a mais verde. Sem contar que esse tipo de prática serve como terapia ocupacional e estimula hábitos alimentares mais saudáveis”.

Mais produção com recursos locais


No Rio, a agricultura urbana é desenvolvida com incentivo de organizações não governamentais e entidades como a Pastoral do Menor, que desenvolve um trabalho de plantio de hortas em áreas carentes onde há insegurança alimentar.

Maristela lamenta a falta de um marco legal para os agricultores urbanos. “Eles não podem acessar contas públicas e direitos. Por isso, na Conferência Nacional de Segurança Alimentar (7 a 10 novembro), vamos propor uma lei que garanta essa identidade do agricultor urbano que abastece a cidade, principalmente no Rio de Janeiro, onde as hortaliças são majoritariamente produzidas em áreas urbanas”, afirmou a representante do MDS.

O Rio já conta com um projeto da Secretaria de Agricultura e Pecuária do estado, patrocinado pelo MDS e realizado nas regiões de Nova Iguaçu, Mesquita, Japeri, Queimados, Magé e na capital, desde o ano passado. Os produtos agrícolas e pecuários são para autoconsumo, trocas e doações, e o MDS estimula a comercialização para a geração de renda das famílias, contanto que a produção utilize recursos e insumos locais (solo, água, resíduos, mão de obra etc.).

“Vamos inaugurar uma feira em Duque de Caxias devido ao grande potencial dessa região para a agricultura urbana e, com ela, vamos beneficiar cerca de 150 produtores da região”, completou Maristela. (Fonte: Gabriela Machado)

Notícia original AQUI

Greenpeace tenta tirar poços de petróleo de Abrolhos

O Greenpeace não descansa. Após campanhas de grande repercussão como o caso da boneca Barbie e das gigantes Nike e Adidas, a organização que luta em prol do meio ambiente não está medindo esforços para impedir que Abrolhos, zona de maior biodiversidade do Atlântico Sul, se transforme em um grande poço de petróleo. Desta vez, a instituição pede que seja adiado o início da exploração na região, localizada no litoral sul da Bahia.

O local foi loteado pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) em 2003. Foram aprovados 13 blocos para serem explorados por dez empresas nacionais e estrangeiras. “A moratória estabelece uma zona de segurança (de aproximadamente 93 mil km²) ao redor do parque nacional. Dentro dessa área, estará banida a exploração de gás e petróleo, evitando que um desastre ambiental contamine ecossistemas sensíveis, responsáveis pela reposição dos estoques pesqueiros e pela reprodução de inúmeras espécies ameaças de extinção”, informa o Greenpeace em seu site oficial.



A questão não é tão simples. Para que a moratória realmente funcione, é necessário um acordo entre o governo e as empresas envolvidas no caso (Petrobrás, Vipetro, Perenco, OGX, HRT, Shell, Vale, Cowan, Sonangol e Repsol). De acordo com o Greenpeace, o contato com as organizações foi realizado, porém sem sucesso, já que nenhuma respondeu à carta enviada.

O símbolo da campanha é a baleia jubarte. Com o slogan “Deixe as baleias namorarem”, a instituição quer abrir os olhos dos governantes sobre a importância da área para a espécie. “Entre os meses de julho e novembro, as jubarte fazem das cálidas águas de Abrolhos seu ninho de amor. Ali, elas se reproduzem e amamentam, enquanto atraem turistas para toda a região da costa sul da Bahia”, apontou o portal. (Fonte: por Gilberto Junior)

Apesar de ser uma região importante para o equílibrio do ecossistema, a Área de Proteção atual soma apenas 2% de todo o banco dos Abrolhos. Declarado Parque Nacional Marinho em 1983, o primeiro a ser criado no Brasil, o local é a casa de 1.300 espécies de aves, tartarugas, peixes e mamíferos marinhos — desse número, 45 estão ameaçadas de extinção.

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jueves, 18 de agosto de 2011

Tecnologia Terminator e o dilema brasileiro. Entrevista especial com Silvia Ribeiro



"A tecnologia Terminator é uma panacéia para as transnacionais de sementes, porque lhes permite aumentar de forma exponencial a dependência dos agricultores, já que estes estariam obrigados a comprar sementes delas a cada ano, porque as sementes se tornam estéreis depois da primeira colheita."

Apesar de o Convênio de Diversidade Biológica das Nações Unidas CDB, ter adotado uma moratória global conta a experimentação e o uso da tecnologia Terminator há dez anos atrás, tramitam no Congresso Nacional brasileiro dois projetos de lei que pretendem liberar o uso dessas sementes no país.

As iniciativas são “extremamente preocupantes” e propõem a criação de uma “lei que é contra a soberania alimentar”, declara Silvia Ribeiro à IHU On-Line.

De acordo com a pesquisadora, a tecnologia Terminator foi desenvolvida pela empresa Delta & Pine, propriedade da Monsanto, em parceria com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. “Trata-se de uma tecnologia transgênica para fazer sementes suicidas: são plantadas, dão fruto, mas a segunda geração torna-se estéril, para obrigar os agricultores a comprar sementes novamente em cada estação”, explica.

Atualmente, seis transnacionais controlam as sementes transgênicas plantadas no mundo. Destas, cinco “têm patentes do tipo Terminator” e três “detêm mais da metade do mercado global de sementes (53%)”, informa. Na entrevista a seguir, concedida por e-mail, Silvia critica os projetos de lei (PL) de autoria da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) e do deputado Cândido Vaccarezza (PT) e enfatiza que, se o Brasil aprová-los, estará "entregando a possibilidade de decidir sobre a sua própria alimentação”.

Silvia Ribeiro é pesquisadora e coordenadora de programas do Grupo ETC, com sede no México, grupo de pesquisa sobre novas tecnologias e comunidades rurais. Ela tem ampla bagagem como jornalista e ativista ambiental no Uruguai, Brasil e Suécia. Silvia também produziu uma série de artigos sobre transgênicos, novas tecnologias, concentração empresarial, propriedade intelectual, indígenas e direitos dos agricultores, que têm sido publicados em países latino-americanos, europeus e norte-americanos, em revistas e jornais. Ela é membro da comissão editorial da Revista Latino-Americana Biodiversidad, sustento y culturas, e do jornal espanhol Ecología Política, entre outros.
Confira a entrevista.

IHU On-Line – O que é a tecnologia Terminator?

Silvia Ribeiro – Trata-se de uma tecnologia transgênica para fazer sementes suicidas: são plantadas, dão fruto, mas a segunda geração torna-se estéril, para obrigar os agricultores a comprar sementes novamente em cada estação. Ela foi desenvolvida pela empresa Delta & Pine (agora propriedade da Monsanto) com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

Cinco das seis transnacionais que controlam as sementes transgênicas plantadas em nível mundial têm patentes do tipo Terminator. A Syngenta é a que tem o maior número dessas patentes. As empresas que desenvolveram a tecnologia Terminator a chamaram de “Sistema de Proteção da Tecnologia”, porque ela serve para promover a dependência e impedir o uso de sementes sem lhes pagar royalties pelas patentes. Em seus primeiros folhetos de propaganda, elas asseguravam também que é para que “os agricultores do terceiro mundo deixem de usar suas sementes obsoletas”.

Nesse momento, elas mostravam claramente as suas intenções: acabar com as sementes campesinas e com o irritante fato de que a maioria dos agricultores do mundo (campesinos, indígenas, agricultores familiares) usam suas próprias sementes em vez de comprá-las no mercado.

IHU On-Line – Por que o Brasil tenta aderir à semente Tarminator se, no ano 2000, o Convênio de Diversidade Biológica das Nações Unidas – CDB adotou uma moratória global contra a experimentação e o uso da tecnologia Terminator?

Silvia Ribeiro – A tecnologia Terminator é uma panaceia para as transnacionais de sementes, porque lhes permite aumentar de forma exponencial a dependência dos agricultores, já que estes estariam obrigados a comprar sementes delas a cada ano, porque as sementes se tornam estéreis depois da primeira colheita. Não é como os híbridos, que, na segunda colheita, dá menos quantidade ou uma qualidade diferente, mas é uma semente que "suicida"; ela se torna totalmente estéril.

Por isso, as multinacionais tentaram, desde a aprovação da moratória internacional no ano 2000, por diversas vias eliminá-la. Agora, isso se manifesta mais claramente no Brasil, onde existem duas propostas para acabar com a proibição do Terminator hoje existente.

Se isso for obtido, o próximo passo será o de que o Brasil tentará mudar a moratória em nível internacional, porque se não o fizer, ao aplicar a Terminator, violará a moratória. Por isso, a discussão sobre esse tema no Brasil tem uma relevância mundial.

IHU On-Line – Quais são as implicações das sementes Terminator para a agricultura?

Silvia Ribeiro – A Terminator impede um ato que é a base de 10 mil anos da agricultura: cultivar e selecionar sementes da própria colheita e replantá-las para a próxima. As sementes são a chave para toda a rede alimentar. Quem controla as sementes controla a cadeia alimentar.

Por isso, as transnacionais químicas têm tentado fazer isso nas últimas três décadas, monopolizando o mercado global de sementes, comprando a maioria das empresas de sementes. Hoje, somente três empresas transnacionais, cuja origem é a produção de tóxicos químicos e agrícolas (Monsanto, DuPont, Syngenta), detêm mais da metade do mercado global de sementes (53%) e, entre as 10 maiores, controlam 73% do mercado global de sementes comerciais.

Apesar desses números tão alarmantes, a grande maioria das sementes do mundo continua nas mãos dos camponeses e dos agricultores familiares, que usam suas próprias sementes ou as misturam ocasionalmente com sementes comerciais.

Além disso, os grandes agricultores, nas variedades que dão bom resultado, continuam usando parte de sua colheita como sementes para replantio. Por isso, as empresas querem usar medidas tecnológicas que lhes garantam maior dependência e controle.

A consequência de usar a Terminator é que um punhado de fabricantes tóxicos transnacionais irá decidir o que vai ser plantado e o que todos os demais irão consumir.

IHU On-Line – Que ameaças de extinção e de modificação as sementes Terminator podem causar à biodiversidade?

Silvia Ribeiro – Todas as variedades que comemos hoje em dia em todo o mundo estão baseadas na criação, seleção, ressemeadura e intercâmbio de variedades entre agricultores/as e indígenas, processo que continua vivo e atuante. As diferentes culturas, gostos, situações geográficas e climáticas, a pequena escala e a necessidade de prevenir as condições mutantes criaram uma enorme diversidade agrícola, que também maneja e interage com a biodiversidade natural circundante. Isso significa uma grande resiliência com variedades que resistem melhor ao frio ou ao calor, à umidade ou à seca, além dos diferentes gostos e propósitos.

As Terminator são sementes uniformes que vão acabando com a diversidade à medida que são aplicadas. Em parte, porque elas se baseiam em algumas poucas variedades selecionadas pelas empresas centralmente para todo o globo ou para grandes regiões. A uniformidade produz uma enorme vulnerabilidade e mais demanda de tóxicos, o que serve ao lucro das empresas.

Mas, além disso, a tecnologia é tão complicada (se baseia na ativação de uma cadeia de genes, com a aplicação de um tóxico externo antes de cultivá-la) que, se for aplicada, certamente falhará em parte. Isso significa que os cultivos adjacentes que forem contaminados com pólen com a Terminator vão morrer (alguns), e outros continuarão levando o gene sem ativá-lo, que poderia continuar cruzando até que um químico ou alguma condição ambiental (como maior frio, calor, umidade) desate a cadeia e os esterilize.

Embora os que promovem a Terminator digam que ela é para a "biossegurança", na realidade ela multiplica os riscos: algumas plantas se tornarão estéreis, e outras continuarão se cruzando, disseminando a ameaça.

IHU On-Line – As sementes Terminator são usadas em algum lugar do mundo?

Silvia Ribeiro – Não, em nenhuma parte do mundo. O Brasil seria o primeiro país a aplicar essa tecnologia tão perigosa e imoral.

IHU On-Line – Por que o México apoiou o fim da moratória contra a semente Terminator em 2006?

Silvia Ribeiro – A Terminator não é aplicada no México atualmente. Depois da assinatura do Tratado de Livre Comércio do Atlântico Norte com os EUA e o Canadá (Nafta, em sua sigla em inglês), as transnacionais se apoderaram de quase todo o mercado comercial de sementes e insumos agrícolas no México e têm enorme peso sobre o governo.

O México, nas negociações de biossegurança, fala muitas vezes em nome dos interesses não do seu país, mas das multinacionais e dos Estados Unidos, que não fazem parte do Convênio de Diversidade Biológica, onde está a moratória da Terminator. Por isso, ele também permitiu experimentos com milho transgênico, mesmo sendo o centro de origem do milho, apesar da oposição da população, dos agricultores e dos consumidores.

IHU On-Line – Como você analisa a posição do Brasil com relação às sementes Terminator e o Projeto de Lei de Cândido Vaccarezza (PT) para liberar essas sementes?

Silvia Ribeiro – Acredito que é extremamente preocupante, já que o partido é do governo e está promovendo uma lei que é contra a soberania alimentar, tanto no Brasil como no resto do mundo. Se o Brasil a aprovar, estará entregando a possibilidade de decidir sobre a sua própria alimentação. Além disso, a proposta de Vacarezza argumenta que a Terminator é necessária para poder fazer plantas transgênicas "biorreatoras", isto é, que produzam substâncias industriais e farmacêuticas etc. Isso, por si só, apresenta enormes riscos ambientais e de saúde por causa da provável contaminação das redes alimentares.

A proposta de Vacarezza, que foi redigida por uma advogada da Monsanto, propõe que a Terminator seria para a "biossegurança", porque evitaria a contaminação provocada por essas plantas de alto risco e de outras, como árvores transgênicas.

Mas, como expliquei antes, a Terminator nunca é uma medida de biossegurança, mas sim o contrário. Isso quer dizer que a proposta apresenta um risco triplo: que sejam cultivadas plantas que poderiam ser tóxicas para a saúde se contaminarem outras; que a Terminator seja aprovada (que, sem dúvida, será usada em todas as plantas, não só nessas, porque esse é o verdadeiro interesse das empresas); e que se incentive o uso de monocultivos de árvores transgênicas, que, a todos os problemas dos monocultivos, somarão o da contaminação transgênica e a esterilidade.

Sobre o processo, organizações brasileiras que acompanham o tema o descreveram assim:

“Atualmente, a Lei de Biossegurança proíbe ‘a utilização, a comercialização, o registro, o patenteamento e o licenciamento de tecnologias genéticas de restrição do uso’ (art. 6º, Lei 11.105/05). Mas, mesmo sob o peso da moratória internacional e diante da atual proibição nacional, dois Projetos de Lei no Congresso tentam liberar as sementes Terminator no Brasil. Um é o PL 268/07, originalmente apresentado pela hoje senadora Kátia Abreu (DEM-TO), e atualmente de autoria do deputado Eduardo Sciarra (DEM-PR). E, em 2009, o deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), que nunca atuou no campo da agricultura, apresentou o PL 5575/09, que prevê a liberação das sementes Terminator no Brasil. Em 2010, a Campanha Por um Brasil Ecológico e Livre de Transgênicos fez uma denúncia informando que o arquivo que está disponível no sítio da Câmara dos Deputados com a proposta do PL tem como origem o computador de uma das advogadas da empresa Monsanto! Esse Projeto de Lei foi muito questionado na sua tramitação na Câmara, mas, apesar disto, foi criada uma comissão especial para agilizar sua tramitação. Quando se cria uma comissão especial, o PL tramita em regime de prioridade, ou seja, diminui das 40 sessões da Tramitação ordinária para 10 sessões apenas!”.

Em junho de 2011, a Jornada de Agroecologia da Via Campesina no Paraná, com mais de quatro mil participantes, se pronunciou massivamente contra essas novas propostas de permitir a Terminator. O Seminário Internacional Cúpula dos Povos da Rio+20 Por Justiça Social e Ambiental, com cerca de 500 participantes, que foi realizada no Rio de Janeiro em julho de 2011, também se pronunciou.
As demandas ali propostas, para os poderes Executivo e Legislativo federais, foram:

que o governo brasileiro mantenha o texto da Lei de Biossegurança (Lei 11.105/05) que proíbe a utilização de qualquer tecnologia genética de restrição de uso;

– que o governo brasileiro tenha uma posição firme e clara na Convenção sobre Diversidade Biológica para manter a moratória internacional às tecnologias genéticas de restrição de uso (GURTs), garantindo, como Estado-Parte da CDB, que a moratória também se aplica no Brasil;

– que o Congresso Nacional rejeite os PLs 5575/09 e 268/07 que tramitam na casa e que os senhores deputados Cândido Vacarezza (PT-SP) e Eduardo Sciarra (DEM-PR) arquivem esses PLs da pauta do Congresso, respeitando a moratória internacional à tecnologia Terminator e garantindo a soberania nacional em relação ao uso e reprodução das sementes, à segurança e soberania alimentar dos povos, e aos direitos dos agricultores, povos indígenas, povos e comunidades tradicionais, ao livre uso da biodiversidade e da agrobiodiversidade.

IHU On-Line – Como você recebeu a notícia de que Graziano da Silva assumiu a direção da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO?

Silvia Ribeiro – Acredito que Graziano da Silva deve afirmar claramente a mesma posição que o diretor anterior da FAO, ou seja, de condenação da tecnologia Terminator por ser uma ameaça direta à soberania alimentar.

IHU On-Line – Qual a sua expectativa com relação à Rio+20, que acontecerá no Brasil no próximo ano?

Silvia Ribeiro – Seria uma enorme contradição e uma vergonha internacional que um país que, pela segunda vez, será anfitrião de uma conferência sobre meio ambiente e desenvolvimento esteja, ao mesmo tempo, adotando uma tecnologia como a Terminator, que traz consigo grandes riscos para o meio ambiente e para a biodiversidade, e é rejeitada por todo o resto dos governos do mundo.
E que, além disso, para se ajustar aos interesses de três, quatro empresas transnacionais de sementes, tente romper a moratória internacional, algo que poderia ter consequências devastadoras sobre a biodiversidade e a soberania alimentar, não só do Brasil, mas também de tantos outros países muito mais vulneráveis, que agora estão protegidos pela moratória internacional. (Fuente: Instituto Humanitas Unisinos)

domingo, 7 de agosto de 2011

I Festival de Construções Ecológicas Sustentáveis


I Festival de Construções Ecológicas Sustentáveis na Estalagem Maria Fulô, em Boa Nova- Bahia
12 a 16 de Outubro de 2011.
Participações: Adobeiros de Boa Nova-Ba e do Território do Médio Rio de Contas (BA)
Ancoragem: Canrobert Almeida e Maria Madeiro
Realização: Ecofazenda João de Barro- (BA)
Bioconstrutores Sem Fronteiras (BR)
Roberto Mansilla (Casita De Barro Centenario ) Patagônia - ARG
Alberto Rodriguez, Patagônia -(ARG),
Informações e Inscrições: mariamadeiro@hotmail.com
071-8197-7070 (Fonte: Escuelasdepermacultura Por la Macro-Micronizacion)

lunes, 18 de julio de 2011

China inicia mercado de emissões de CO2 em caráter experimental


A China, o maior emissor de dióxido de carbono do mundo, lançará um programa experimental para estabelecer um mercado de emissões de CO2 e reduzir os gases poluentes em sua luta contra a mudança climática, destacou a agência oficial Xinhua.

O plano, apresentado pelo vice-ministro da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento da China, Xie Zhenhua, inclui um aumento da diferença de tarifas entre as indústrias de alto consumo energético e o resto, assim como vantagens fiscais a projetos de conservação energética.

Além disso, haverá incentivos às companhias financeiras chinesas para que invistam em novas energias, em um país que já lidera mundialmente o investimento em renováveis.

O governo chinês fixou a meta entre 8% e 10% de suas emissões de poluentes na meia década 2011-2015, segundo assinalou o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, em sua apresentação do 12º Plano Quinquenal para esse período, no mês passado de março.

Ao mesmo tempo, a segunda maior economia mundial fixa como meta aumentar para 11,4% o uso de combustíveis não fósseis como fontes de energia (embora carvão e petróleo continuem predominando) e reduzir em 17% a intensidade de carbono (emissões de CO2 divididas pelo PIB).

O país asiático descuidou a proteção ambiental durante décadas em benefício do crescimento econômico, por isso que o país apresenta uma severa degradação de seu ecossistema.

No entanto, a conscientização perante estes problemas também aumentou no seio do regime, à medida que sua população mostrou seu descontentamento com catástrofes ambientais, problemas de segurança alimentar derivados e outros conflitos relacionados (EFE).

viernes, 15 de julio de 2011

Angra 3 é muito cara, diz especialista em energia



A usina nuclear Angra 3, em construção pelo governo federal, é cara demais. Essa é a análise de Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e um dos maiores especialistas em energia do país.

Ele foi convidado pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) para falar sobre o projeto da hidrelétrica de Belo Monte no último dia da reunião anual da instituição, em Goiânia. Mas aproveitou a oportunidade para criticar Angra 3 e pedir mais investimentos em energias "alternativas".

"O governo já gastou US$ 700 milhões desde a ditadura militar com Angra 3. O custo para terminá-la é de US$ 6 bilhões. Angra 3 é cara demais", diz.

CUSTO-BENEFÍCIO

Rosa fez uma comparação de Angra 3 com o custo para tirar do papel a "polêmica" hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA).

Apesar de ser mais cara -- está orçada em pelo menos US$ 12 bilhões --, o potencial de geração de energia de Belo Monte é maior. Na ponta do lápis, Angra 3 é cinco vezes mais cara: "O custo de Belo Monte é de US$ 1.000 por kw instalado. Já em Angra 3 são US$ 5.000 por kw", diz Rosa.

Para Rosa, o governo não deveria construir as outras usinas nucleares em Angra. "Acho que está voltando atrás, inclusive por causa do acidente em Fukushima [no Japão, em março deste ano]."

O especialista destacou ainda que sente falta de um posicionamento da sociedade sobre energia nuclear no Brasil. "Não há uma mobilização tão grande contra Angra 3 como existe contra Belo Monte."

Belo Monte tem recebido críticas duras de ambientalistas, preocupados com a área de alagamento da usina: cerca de 500 km em uma região de floresta amazônica.

ENERGIA ALTERNATIVA

Rosa aproveitou para defender o investimento em "energias alternativas", como a biomassa. Ele destacou o desperdício com o bagaço e com as folhagens de cana, que são queimadas e poderiam ser usadas como fonte de energia.

"A queima das folhagens gera emprego. Mas é um emprego péssimo. O Brasil tem que superar essa capacidade de gerar empregos péssimos", diz.

O especialista disse ainda que falta, no Brasil, uma cultura empresarial mais agressiva para inovar em diversos setores -- incluindo na produção de energia alternativa. "Nós ampliamos a formação de mestres e doutores, mas a relação da pesquisa com a indústria ainda é pequena", conclui (Folha).

jueves, 14 de julio de 2011

Estudo simulará aquecimento amazônico e suas consequências

Para descobrir como animais e plantas vão se virar diante do desafio do aquecimento global, cientistas do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) vão recriar artificialmente o ambiente aquático amazônico num clima mais quente.

A ideia é ter cenários baseados em três projeções do IPCC (painel do clima da ONU) para 2100, da mais branda à mais catastrófica.

O projeto, diz seu coordenador, Adalberto Val, diretor do Inpa, é inédito no mundo. "Muitos pesquisadores olham para os animais terrestres quando fazem projeções, mas se esquecem da vida aquática", afirma o biólogo.

No caso da Amazônia, há mais de 3.000 espécies de peixes conhecidas --boa parte delas endêmica (ou seja, só existem naquela região).

Val falou sobre o tema durante a 63ª reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que acontece em Goiânia.
Arte

FORA D'ÁGUA
O impacto do aquecimento sobre a vida aquática começa fora d'água. Com a redução das árvores em volta dos rios (elas podem morrer com o clima mais quente), a radiação solar que atinge o ambiente aquático aumenta.

Além disso, os bichos tendem a nadar mais superficialmente para respirar diante da redução de oxigênio nas águas, que têm aumento de carbono e ficam mais ácidas com o aquecimento global.

Mais expostos à luz solar, os peixes correm mais risco de sofrer mutações por causa da radiação, e isso pode prejudicar sua saúde.

A ideia do Inpa é avaliar todas essas variáveis nos ambientes artificiais.
"Os cenários não corresponderão exatamente à realidade, mas queremos investigar se esses animais conseguirão se adaptar às [novas]condições", afirma ele.

A hipótese dos cientistas é que os truques para sobreviver ao aquecimento estão no DNA dos animais desde o período Jurássico, há cerca de 200 milhões de anos, quando o clima era mais quente.

Val também lembrou que, diante de condições climáticas adversas, os peixes tendem a migrar para outros ambientes. Em geral, os que ficam nas condições mais quentes tendem a ser os peixes ósseos. Os cartilaginosos (como as arraias) procuram outras águas, menos tépidas.

Isso traz desequilíbrios ambientais, como disputa acirrada por alimentos.
Hoje, de acordo com Val, há 20 modelos sobre mudanças climáticas que não consideram a adaptabilidade dos organismos. "Precisamos considerar as características de cada lugar e olhar especificamente para os peixes." (Folha)

miércoles, 13 de julio de 2011

Japão deve tentar abrir mão da energia nuclear, diz primeiro-ministro


O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, afirmou nesta quarta-feira que o país deveria tentar prescindir da energia nuclear no futuro, quatro meses depois da catástrofe nuclear de Fukushima.
"Levando em consideração a gravidade do acidente, já não se pode afirmar que a política executada até agora garanta a seguranã da exploração da energia nuclear. Devemos mos esforçar para construir uma sociedade que possa existir sem a energia nuclear", afirmou o chefe de Governo de centro-esquerda em uma entrevista coletiva.
O premier afirmou que é necessário revisar por completo a política energética do Japão, que antes da crise de Fukushima havia previsto elevar a participação da eletricidade nuclear na produção total do país a mais de 50% até 2030, contra 30% em 2010.
Kan declarou ser partidário de uma "redução progressiva" da participação da energia nuclear em favor das energias renováveis (solar, eólica, biomassa, etc.), com o objetivo final de abandoná-la totalmente.
Mas o primeiro-ministro não apresentou um calendário para abandonar a energia nuclear.
O Japão tem atualmente 54 reatores, mas 35 estão paralisados em consequência de terremotos ou para manutenção. Kan ordenou testes de resistência antes de uma decisão sobre a retomada das atividades.
Na quinta-feira, o Parlamento japonês retomará os debates sobre um projeto de lei para as energias renováveis. (Jornal do Brasil)

Parques na Amazônia serão reduzidos por medida provisória



Três unidades de conservação da Amazônia, entre elas o parque nacional mais antigo da região, terão sua área reduzida ainda neste ano para dar lugar a duas hidrelétricas. Outras cinco áreas protegidas estão na mira do governo federal.

Uma medida provisória a ser editada ainda neste mês determinará a "desafetação" (redução) do Parque Nacional da Amazônia e das florestas nacionais de Itaituba 1 e 2. As unidades serão alagadas pelos reservatórios das usinas de São Luiz e Jatobá, no rio Tapajós, no Pará.

SEM ESTUDOS

Como a Folha adiantou em junho, as unidades serão reduzidas sem a realização de estudo prévio, após um pedido da Eletronorte.

A decisão foi comunicada no último dia 1º aos chefes das áreas protegidas pela presidência do ICMBio (Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade).

Na mesma reunião, foram instruídos a não conversar com a imprensa sobre isso.

Todos eles se opõem à redução das áreas, como mostram documentos do ICMBio obtidos pela Folha. Segundo eles, a redução subverte o sentido das unidades.

O caso mais dramático é o do parque nacional da Amazônia, criado nos anos 1970. A zona a ser alagada é de alta prioridade para a conservação de peixes e aves, e biólogos temem que a implantação da usina de São Luiz provoque extinções locais. Em caráter emergencial, o ICMBio determinou um levantamento da fauna aquática do local em setembro.

A megausina de São Luiz do Tapajós, a principal do complexo, será a quarta maior do país, com 6.133 megawatts -quase a potência somada de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira. Jatobá terá 2.338 megawatts.

Os parques integram o mosaico de unidades de conservação da BR-163, criado pela União em 2005 para conter o desmatamento e a grilagem de terras na região.

É o maior conjunto de áreas protegidas do país.

A partir do ano que vem, entram em discussão as reduções de outras cinco áreas protegidas e uma terra indígena, para dar lugar a mais três usinas do chamado Complexo Tapajós, o maior projeto hidrelétrico do governo depois de Belo Monte.

Como compensação, o governo estuda criar uma estação ecológica em Maués, no Estado do Amazonas.
Procurado pela Folha, o ICMBio não comentou a proposta até o fechamento desta edição. (Folha)

Investimentos globais em energia limpa tiveram alta de 32%


O desenvolvimento da energia eólica na China e do uso de painéis solares na Europa em 2010 impulsionou o crescimento dos investimentos globais em energia renovável, que chegaram a US$ 211 bilhões (R$ 327 bilhões), uma alta de 32% em relação a 2009, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
A pesquisa divulgada pela agência ambiental da ONU destaca que o uso de energia solar, eólica, biomassa e outras formas de energia verde está crescendo, apesar da falta de progresso em negociações internacionais para diminuir as emissões de gases de efeito de estufa originários da queima de combustíveis fósseis.  
O relatório mostra ainda que o mundo em desenvolvimento, liderado pela China, pela primeira vez atraiu a maior parte dos investimentos em projetos de grande porte de energia renovável. Os chineses gastaram US$ 48,9 bilhões (R$ 76 bilhões) em tais projetos, a maior parte em energia éolica – aumento de 28% em relação a 2009. Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar, com investimentos de US$ 23,8 bilhões (R$ 37 bilhões) - os dois países são os maiores emissores mundiais de gases do efeito estufa, respectivamente.
Fonte: Eco Desenvolvimento 

jueves, 30 de junio de 2011

Sanidad recomienda a las embarazadas y niños no comer atún ni pez espada

El Ministerio ha actualizado sus recomendaciones sobre el consumo debido a su alto contenido de mercurio.

La Agencia Española de Seguridad Alimentaria y Nutrición (AESAN) recomienda a las mujeres embarazadas o en fase de lactancia y niños de hasta tres años no consumir pez espada o atún rojo. En una nota emitida hace días por esta agencia se considera que estas especies están contaminadas por mercurio.
Según la AESAN, dependiente del Ministerio de Sanidad, 100 gramos de pez espada a la semana superaría la ingesta tolerable de mercurio en una embarazada. Los niños de entre 7 y 12 años no deberían comer más de una ración de 50 gramos a la semana.
Así lo han dado a conocer varios medios como El País durante el día de hoy. Público se ha puesto en contacto con el Ministerio de Sanidad y no han querido confirmar la información ni dar más datos al respecto.

Más limitaciones

No son nuevas las recomendaciones relativas a los metales pesados presentes en ciertos alimentos. Ya en 2008 la Agencia Española de Seguridad Alimentaria y Nutrición publicó una nota de prensa en la que se recomendaba un consumo moderado de mercurio y metil-mercurio a losgrupos más vulnerables de población: mujeres fértiles, embarazadas o en periodo de lactancia.
El mercurio puede alterar el desarrollo del feto
Dos años después, el mismo organismo realizó un informe según el cual una mujer embarazada de 60 kg no debería consumir más de 100 g de pez espada por la ingesta de metil-mercurio. Por su parte, un niño de entre 7 y 12 años de unos 35 kg podría consumir media ración, es decir, 50 g de este pescado.
Debido a las quejas del sector pesquero por pérdida de ventas, AESAN realizó un nuevo informe para actualizar sus recomendaciones, limitando aún más el consumo de estos productos hasta los niveles que recomienda ahora.

Los riesgos del mercurio

El peligro se encuentra en el mercurio industrial lanzado al mar por las industrias, que nunca llega a desintegrarse. Por ello, especies como el pez espada o el atún rojo, que pueden llegar a vivir hasta 10 años, se convierten en acumuladores de metales pesados al ingerirlo.
De esta forma, el metal puede llegar al hombre y el mayor riesgo implica la posibilidad de provocaralteraciones en el desarrollo neuronal del feto y en niños de corta edad.
También puede dañar progresivamente los pulmones y provocar diarrea, cambios en la piel, temblores o alteraciones del sueño. Estos peligros se acentúan debido a las altas temperaturas se extienden más rápidamente por el ambiente. (Fuente: Público.es)

Detectada una nueva tribu aislada en la Amazonia brasileña

Las autoridades prohíben contactar con estas comunidades para evitar contagios


Son alrededor de 200 individuos, forman parte de la comunidad lingüística llamada pano y habitan en el Valle del Javari, una región amazónica al norte de Brasil, cerca de la frontera con Perú. La Fundación Nacional del Indio (Funai), un órgano del Gobierno brasileño, acaba de confirmar la existencia de una tribu indígena que, según creen los investigadores, no ha mantenido contacto alguno con la civilización, principalmente porque sus integrantes viven en una zona de alta densidad selvática. Los investigadores creen que estos grupos tienen la misma forma de vida que hace mil años. Viven en grandes chozas con el techo de paja y cultivan productos como maíz, plátano y cacahuetes.
Las autoridades brasileñas quieren que la tribu continúe aislada para evitar amenazas para los indígenas como el contagio de enfermedades infecciosas. Por eso el Gobierno prohíbe que se entre en contacto con estas tribus. En 1996, los investigadores contactaron con la tribu de los koburos; a partir de entonces, la Funai resolvió no volver a acercarse a esos grupos y conformarse con estudiarlos a distancia y desde el aire. En el caso de esta nueva tribu, la Funai llevaba meses investigándola, pues tenía noción de la existencia de este grupo por los relatos recogidos en otras comunidades. Sin embargo, se desconocía su ubicación; esta se detectó a partir de imágenes de satélite y se confirmó cuando, al sobrevolar la zona, se observaron cuatromalocas, esto es, grandes chozas colectivas.

Setenta grupos

La Funai estima que unas 70 tribus permanecen aisladas en la selva, sin contacto alguno con la civilización. De ellas, habría sido localizada una treintena, 14 de ellas en el valle de Javari, que posee un tamaño similar al de Portugal y alberga la mayor concentración de grupos indígenas aislados del mundo, según ha asegurado Fabricio Amorim, responsable de la Funai. Unas 2.000 personas formarían parte de esas comunidades. Estas estimaciones han sido elaboradas a partir de un centenar de indicios de ocupación, como chozas y plantaciones, que se han hallado en los últimos cinco años.
En Brasil, según datos de la Funai, viven en aldeas medio millón de indígenas, que pertenecen a 225 etnias diferentes y hablan 180 lenguas. La ley protege sus derechos: la Constitución de 1988 establece que el territorio que pertenece ancestralmente a los pueblos originarios debe volver a ellos; por el momento, alrededor del 12% del territorio brasileño ha sido demarcado como reserva indígena. Así se intenta garantizar la supervivencia de comunidades que se enfrentan a amenazas como la explotación maderera legal, el narcotráfico, la pesca a gran escala y la prospección petrolífera y mineral. (Fuente: Público.es)

miércoles, 29 de junio de 2011

Stop the Belo Monte Monster Dam



The Brazilian government is moving ahead "at any cost" with plans to build the third-largest dam in the world and one of the Amazon's most controversial development projects – the Belo Monte dam on the Xingu River in the state of Pará. The Belo Monte dam complex dates back to Brazil's military dictatorship and the government has attempted to build it through various series of national investment programs including Brasil em Ação and the Program to Accelerate Growth. Original plans to dam the Xingu have been greenwashed through multiple public relations programs over the course of two decades in the face of intense national and international protest.

Impacts on Environment and People

In order to feed the powerhouse of the Belo Monte dam complex, up to 80% of the Xingu River will be diverted from its original course, causing a permanent drought on the river's "Big Bend," and directly affecting the Paquiçamba and Arara territories of the Juruna and Arara indigenous peoples. To make this possible, two huge canals 500 meters wide by 75 km long will be excavated, unearthing more land than was removed to build the Panama Canal. Belo Monte's two reservoirs and canals will flood a total of 668 km2 of which 400 km2 is standing forest. The flooding will also force more than 20,000 people from their homes in the municipalities of Altamira and Vitoria do Xingu.
Hydroelectric energy is touted as both a solution to Brazil's periodic blackouts and as a "clean development" approach to global climate change. However, Philip Fearnside of the National Amazon Research Institute (INPA) has calculated that the forests flooded by Belo Monte's reservoirs will generate enormous quantities of methane, a greenhouse gas that is 25 times more potent than CO2.
Belo Monte will also attract 100,000 migrants to the region. However, at the height of construction, only 40,000 jobs – only 2,000 of them long-term – will have been created. The remaining labor pool will be driven to resort to illegal logging and cattle ranching, the two main causes of deforestation in the Amazon.  In addition, new migrants could fuel social tensions as they look for work, pushing into indigenous territories and protected areas to carve out a livelihood. Meanwhile, the needs of those who do find jobs will add pressure to an already weak infrastructure and social services in the largest cities. 
For the Xingu's poor farmers, temporary employment created by the dam is not a viable replacement for lost agricultural lands and the river's fish supply. Considered an "obstacle" to business interests, indigenous peoples are particularly vulnerable. Mega-projects typically confront indigenous communities with disease, loss of food and clean water sources, cultural disintegration and human rights abuses by illegal loggers, migrant workers and land speculators. The indirect and long term impacts of Belo Monte are of even greater concern as other unsustainable industries such as aluminum and metal refineries, soy plantations, logging, and mining expand into the area.

Energy Inefficiency and Future Upstream Dams

Belo Monte will be one of the most energy inefficient dams in the history of Brazil. It will produce only 10% of its 11,233 megawatt (MW) installed capacity during the 3-5 month-long dry season, an average of only 4,462 MW throughout the year, or 39% of its nominal capacity. To guarantee a year-round flow of water, the government would need to construct a series of large dams on the Xingu and its tributaries that will gravely impact forests and forest peoples. 
The original plans for damming the Xingu included six dams: Kararão, Babaquara, Jarina, Ipixuna, Iriri, and Kokraimoro. However, when the indigenous people of the Xingu rejected the dams and defended the river in 1989, the government changed their approach: the name Kararão (a war cry in Kayapó) became "Belo Monte", the name Babaquara became "Altamira", and so forth.
At the Second Historical Encounter in Defense of the Xingu in May 2008, the government announced it would only license and auction one dam complex – "Belo Monte" – which in reality is three dams: the main dam at Ilha do Pimental, a complementary reinforcement dam called Bela Vista, and the main turbine house at Belo Monte do Pontal. However, because of the dramatic variations in the Xingu River's flow between the rainy season and dry season, the government knows that building Belo Monte is economically unviable unless more dams are built upstream. Earlier plans for Belo Monte called for four additional upstream dams: Altamira, Iriri, Pombal, and São Felix.
The possible future upstream dams would impact Kayapó indigenous territories, flood the lands of peoples such as the Araweté, Assuriní and Arara, and cause extensive damage to forests and fisheries across the region.

What the Electricity is For

The government claims that Belo Monte's cheap energy will power the houses of Brazilian families. In reality, only 70% of Belo Monte's energy will be sold for public consumption.  Meanwhile, the remaining 30% has been purchased by state electric utility Eletrobras to resell to inefficient and energy-intensive industrial mining and other operations.  The government has planned a USD $40 billion investment in mining expansion for the Amazon region through the year 2014. The heavily subsidized electricity from Belo Monte and other hydroelectric dams planned for the region would power the expansion of export-oriented mining at the Vale corporation's Carajás iron mine and Salobo copper mine, Alcoa's Juriti bauxite mine, and Anglo American's Jacaré nickel mine, among others. Meanwhile, Brazilian citizens would continue to pay among the highest energy tariffs in the developing world in exchange for electricity from perhaps the most inefficient dam in the country's history.

Sustainable Alternatives

WWF-Brazil released a report in 2007 stating that Brazil could cut its expected demand for electricity by 40% by 2020 by investing in energy efficiency. The power saved would be equivalent to 14 Belo Monte hydroelectric plants and would result in national electricity savings of up to R$33 billion (US$19 billion).2
Retrofitting existing hydroelectric infrastructure would also add thousands of megawatts to the energy grid without needing to dam another river. A first step would be to reduce the startling amount of energy lost during transmission, replace energy-inefficient household products, and update old and failing generators. Rather than invest in large, inefficient dams, Brazil has the potential to be a global leader in energy efficiency and renewables such as wind and solar power, conserving the Amazon ecosystem and drastically cutting greenhouse gas emissions.

Project Finance and Cost

The Belo Monte dam complex is expected to cost upwards of USD $17 billion, including $2.5 billion for the transmission lines. The project has been developed by the state-owned energy company Eletronorte, and would be funded largely by the Brazilian National Development Bank (BNDES), which has publicly committed to financing up to 80% of the project cost. Financing for Belo Monte would represent the largest loan in BNDES' history, for which the bank has offered unprecedented loan conditions, including 30-year interest periods at 4%, significantly below the cost of capital.  The government is also siphoning Brazilian public pension funds and the country's workers' insurance funds in order to bankroll a full 25% of the project's construction consortium, called Norte Energia.
The 18-member Norte Energia consortium is currently marked by a state-controlled participation in the consortium totaling 77.5 percent, dwarfing the role of private sector investors and reflecting concerns about the financial risks associated with the project.  Nonetheless, using subsidized credit from BNDES and through back-door deals, the Brazilian government has lured construction giants Odebrecht, Andrade Gutierrez, and Camargo Correa back into the consortium, and are expected to participate in up to 50% of the dam's construction as contractors. Meanwhile, European companies Alstom, Andritz, and Voith-Siemens and Argentine company Impsa are expected to supply turbines for the project.

Grave Omissions in the Environmental Impact Assessment (EIA)

The IBAMA technical team assigned to the project declared that "there are insufficient elements to attest to the environmental viability of the project" due to the omission of data in the EIA. Data was missing regarding water quality, socioeconomic indicators, and fish populations, and flimsy plans to mitigate the direct impacts on riverine families were devised last minute, causing serious divisions within the agency. Despite this, in February 2010 the head of IBAMA approved the EIA, granting the dam's provisional environmental license, and stipulated that the winning consortium monitor the project impacts over a six-year "trial period" of operation.4 This "wait and see" attitude is no way to manage the environmental impacts of the world's third-largest dam.
Despite laws and policies promising environmental protection and community participation in development and land management decisions, Brazil's official EIA for the Belo Monte project has also received harsh criticism from national and international experts, all of whom note that the EIA barely covers even the minimum amount of information required by Brazilian legislation.
In protest, two senior technicians at IBAMA, Leozildo Tabajara da Silva Benjamin and Sebastião Custódio Pires, resigned their posts in 2009 after citing high-level political pressure to approve the project despite the obvious omissions in the EIA.5 Shortly after the government's decision to move forward with Belo Monte, 140 organizations and movements from Brazil and across the globe decried the decision-making process in granting the environmental license for the dams in a letter to Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva in 2010.6

Lack of Public Consultation

The government claims that proper public hearings were held to consult indigenous people and river dwellers about the impacts of Belo Monte. Indeed, Minister of the Environment Carlos Minc claimed that the public hearings were "pedagogic." However, this could not be further from the truth. Only four public hearings were held in the cities of Altamira and Vitória do Xingu, destinations that take days for indigenous people traveling by boat to reach. Even so, at the public hearings security forces impeded the entrance of civil society representatives, and the few public queries that were asked were dismissed, ridiculed, and answered evasively by Eletrobras representatives.
Leaders from the Xingu River Basin have made it clear that their right to consultation on the Belo Monte project has not been honored. José Carlos Arara of the Arara people on the Xingu's Big Bend, for example, has denounced the government's claims that he and other leaders took part in an official meeting with the government on Belo Monte, as mandated by the licensing process. He even has video footage of government officials stating that their 2009 meeting with local leadership was an unofficial consultation, clearly promising that an official audience would take place.

Legal Challenges and Federal Injunctions

Brazil's Federal Attorney General filed two judicial actions in 2010 against IBAMA for having granted the provisional environmental license without responding to the omissions in Eletrobras' environmental assessment. The judicial actions argue that the missing water quality data violates National Environmental Council (CONAMA) Resolution 357, which establishes the standards for water quality, and article 176 of the Brazilian Federal Constitution, which prohibits the development of hydrological energy potential on indigenous lands without a previous fulfillment of regulatory mechanisms.7
The Belo Monte auction took place on April 20, 2010 amidst street protests taking place in major cities across Brazil. Leading up to the auction date three injunctions (restraining orders) were issued by a federal judge of Altamira. Favoring the civil action lawsuits filed by the Brazilian Federal Public Prosecutors Office and human rights and environmentalist NGOs, the injunctions were struck down by a regional appellate court judge, under heavy political pressure from the Lula government. It is important to stress that the auction took place while the third restraining order was in full effect.
Each injunction was overturned in a matter of hours by the President of the Appellate Court for "Region 1" - which covers the entire Amazon basin - succumbing to heavy political pressure from the Lula administration. In spite of legal and constitutional safeguards that place the Belo Monte dam in dubious legal standing, the Brazilian government has consistently used a heavy hand to push this project through to the detriment of the Xingu River and its peoples. If built, the dam forbears a grim future for the rivers of the Amazon basin. (Fonte: http://amazonwatch.org/work/belo-monte-dam)

References:
  1. Periódicos UFPA, As hidrelétricas de Belo Monte e Altamira (Babaquara) como fontes de gases de efeito estufa
  2. WWF-Brazil and Greenpeace, Brazil's Sustainable Power Sector Vision 2020
  3. Canal Energia, Medeiros, C., Belo Monte: agentes consideram baixo preço-teto de R$ 68/MWh (accessed February 10, 2010)
  4. British Broadcasting Corporation, Brazil grants environmental licence for Belo Monte dam (accessed February 2, 2010)
  5. Huntingtonnews.net, "Shame on Brazil: Stop the Amazon Mega-Dam Project Belo Monte"
  6. International Rivers, Appeal to President Luiz Inácio Lula da Silva
  7. Agência Brasil, MPF afirma que projeto de Belo Monte viola Constituição (accessed April 9, 2010)