lunes, 18 de julio de 2011

China inicia mercado de emissões de CO2 em caráter experimental


A China, o maior emissor de dióxido de carbono do mundo, lançará um programa experimental para estabelecer um mercado de emissões de CO2 e reduzir os gases poluentes em sua luta contra a mudança climática, destacou a agência oficial Xinhua.

O plano, apresentado pelo vice-ministro da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento da China, Xie Zhenhua, inclui um aumento da diferença de tarifas entre as indústrias de alto consumo energético e o resto, assim como vantagens fiscais a projetos de conservação energética.

Além disso, haverá incentivos às companhias financeiras chinesas para que invistam em novas energias, em um país que já lidera mundialmente o investimento em renováveis.

O governo chinês fixou a meta entre 8% e 10% de suas emissões de poluentes na meia década 2011-2015, segundo assinalou o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, em sua apresentação do 12º Plano Quinquenal para esse período, no mês passado de março.

Ao mesmo tempo, a segunda maior economia mundial fixa como meta aumentar para 11,4% o uso de combustíveis não fósseis como fontes de energia (embora carvão e petróleo continuem predominando) e reduzir em 17% a intensidade de carbono (emissões de CO2 divididas pelo PIB).

O país asiático descuidou a proteção ambiental durante décadas em benefício do crescimento econômico, por isso que o país apresenta uma severa degradação de seu ecossistema.

No entanto, a conscientização perante estes problemas também aumentou no seio do regime, à medida que sua população mostrou seu descontentamento com catástrofes ambientais, problemas de segurança alimentar derivados e outros conflitos relacionados (EFE).

viernes, 15 de julio de 2011

Angra 3 é muito cara, diz especialista em energia



A usina nuclear Angra 3, em construção pelo governo federal, é cara demais. Essa é a análise de Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e um dos maiores especialistas em energia do país.

Ele foi convidado pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) para falar sobre o projeto da hidrelétrica de Belo Monte no último dia da reunião anual da instituição, em Goiânia. Mas aproveitou a oportunidade para criticar Angra 3 e pedir mais investimentos em energias "alternativas".

"O governo já gastou US$ 700 milhões desde a ditadura militar com Angra 3. O custo para terminá-la é de US$ 6 bilhões. Angra 3 é cara demais", diz.

CUSTO-BENEFÍCIO

Rosa fez uma comparação de Angra 3 com o custo para tirar do papel a "polêmica" hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA).

Apesar de ser mais cara -- está orçada em pelo menos US$ 12 bilhões --, o potencial de geração de energia de Belo Monte é maior. Na ponta do lápis, Angra 3 é cinco vezes mais cara: "O custo de Belo Monte é de US$ 1.000 por kw instalado. Já em Angra 3 são US$ 5.000 por kw", diz Rosa.

Para Rosa, o governo não deveria construir as outras usinas nucleares em Angra. "Acho que está voltando atrás, inclusive por causa do acidente em Fukushima [no Japão, em março deste ano]."

O especialista destacou ainda que sente falta de um posicionamento da sociedade sobre energia nuclear no Brasil. "Não há uma mobilização tão grande contra Angra 3 como existe contra Belo Monte."

Belo Monte tem recebido críticas duras de ambientalistas, preocupados com a área de alagamento da usina: cerca de 500 km em uma região de floresta amazônica.

ENERGIA ALTERNATIVA

Rosa aproveitou para defender o investimento em "energias alternativas", como a biomassa. Ele destacou o desperdício com o bagaço e com as folhagens de cana, que são queimadas e poderiam ser usadas como fonte de energia.

"A queima das folhagens gera emprego. Mas é um emprego péssimo. O Brasil tem que superar essa capacidade de gerar empregos péssimos", diz.

O especialista disse ainda que falta, no Brasil, uma cultura empresarial mais agressiva para inovar em diversos setores -- incluindo na produção de energia alternativa. "Nós ampliamos a formação de mestres e doutores, mas a relação da pesquisa com a indústria ainda é pequena", conclui (Folha).

jueves, 14 de julio de 2011

Estudo simulará aquecimento amazônico e suas consequências

Para descobrir como animais e plantas vão se virar diante do desafio do aquecimento global, cientistas do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) vão recriar artificialmente o ambiente aquático amazônico num clima mais quente.

A ideia é ter cenários baseados em três projeções do IPCC (painel do clima da ONU) para 2100, da mais branda à mais catastrófica.

O projeto, diz seu coordenador, Adalberto Val, diretor do Inpa, é inédito no mundo. "Muitos pesquisadores olham para os animais terrestres quando fazem projeções, mas se esquecem da vida aquática", afirma o biólogo.

No caso da Amazônia, há mais de 3.000 espécies de peixes conhecidas --boa parte delas endêmica (ou seja, só existem naquela região).

Val falou sobre o tema durante a 63ª reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que acontece em Goiânia.
Arte

FORA D'ÁGUA
O impacto do aquecimento sobre a vida aquática começa fora d'água. Com a redução das árvores em volta dos rios (elas podem morrer com o clima mais quente), a radiação solar que atinge o ambiente aquático aumenta.

Além disso, os bichos tendem a nadar mais superficialmente para respirar diante da redução de oxigênio nas águas, que têm aumento de carbono e ficam mais ácidas com o aquecimento global.

Mais expostos à luz solar, os peixes correm mais risco de sofrer mutações por causa da radiação, e isso pode prejudicar sua saúde.

A ideia do Inpa é avaliar todas essas variáveis nos ambientes artificiais.
"Os cenários não corresponderão exatamente à realidade, mas queremos investigar se esses animais conseguirão se adaptar às [novas]condições", afirma ele.

A hipótese dos cientistas é que os truques para sobreviver ao aquecimento estão no DNA dos animais desde o período Jurássico, há cerca de 200 milhões de anos, quando o clima era mais quente.

Val também lembrou que, diante de condições climáticas adversas, os peixes tendem a migrar para outros ambientes. Em geral, os que ficam nas condições mais quentes tendem a ser os peixes ósseos. Os cartilaginosos (como as arraias) procuram outras águas, menos tépidas.

Isso traz desequilíbrios ambientais, como disputa acirrada por alimentos.
Hoje, de acordo com Val, há 20 modelos sobre mudanças climáticas que não consideram a adaptabilidade dos organismos. "Precisamos considerar as características de cada lugar e olhar especificamente para os peixes." (Folha)

miércoles, 13 de julio de 2011

Japão deve tentar abrir mão da energia nuclear, diz primeiro-ministro


O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, afirmou nesta quarta-feira que o país deveria tentar prescindir da energia nuclear no futuro, quatro meses depois da catástrofe nuclear de Fukushima.
"Levando em consideração a gravidade do acidente, já não se pode afirmar que a política executada até agora garanta a seguranã da exploração da energia nuclear. Devemos mos esforçar para construir uma sociedade que possa existir sem a energia nuclear", afirmou o chefe de Governo de centro-esquerda em uma entrevista coletiva.
O premier afirmou que é necessário revisar por completo a política energética do Japão, que antes da crise de Fukushima havia previsto elevar a participação da eletricidade nuclear na produção total do país a mais de 50% até 2030, contra 30% em 2010.
Kan declarou ser partidário de uma "redução progressiva" da participação da energia nuclear em favor das energias renováveis (solar, eólica, biomassa, etc.), com o objetivo final de abandoná-la totalmente.
Mas o primeiro-ministro não apresentou um calendário para abandonar a energia nuclear.
O Japão tem atualmente 54 reatores, mas 35 estão paralisados em consequência de terremotos ou para manutenção. Kan ordenou testes de resistência antes de uma decisão sobre a retomada das atividades.
Na quinta-feira, o Parlamento japonês retomará os debates sobre um projeto de lei para as energias renováveis. (Jornal do Brasil)

Parques na Amazônia serão reduzidos por medida provisória



Três unidades de conservação da Amazônia, entre elas o parque nacional mais antigo da região, terão sua área reduzida ainda neste ano para dar lugar a duas hidrelétricas. Outras cinco áreas protegidas estão na mira do governo federal.

Uma medida provisória a ser editada ainda neste mês determinará a "desafetação" (redução) do Parque Nacional da Amazônia e das florestas nacionais de Itaituba 1 e 2. As unidades serão alagadas pelos reservatórios das usinas de São Luiz e Jatobá, no rio Tapajós, no Pará.

SEM ESTUDOS

Como a Folha adiantou em junho, as unidades serão reduzidas sem a realização de estudo prévio, após um pedido da Eletronorte.

A decisão foi comunicada no último dia 1º aos chefes das áreas protegidas pela presidência do ICMBio (Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade).

Na mesma reunião, foram instruídos a não conversar com a imprensa sobre isso.

Todos eles se opõem à redução das áreas, como mostram documentos do ICMBio obtidos pela Folha. Segundo eles, a redução subverte o sentido das unidades.

O caso mais dramático é o do parque nacional da Amazônia, criado nos anos 1970. A zona a ser alagada é de alta prioridade para a conservação de peixes e aves, e biólogos temem que a implantação da usina de São Luiz provoque extinções locais. Em caráter emergencial, o ICMBio determinou um levantamento da fauna aquática do local em setembro.

A megausina de São Luiz do Tapajós, a principal do complexo, será a quarta maior do país, com 6.133 megawatts -quase a potência somada de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira. Jatobá terá 2.338 megawatts.

Os parques integram o mosaico de unidades de conservação da BR-163, criado pela União em 2005 para conter o desmatamento e a grilagem de terras na região.

É o maior conjunto de áreas protegidas do país.

A partir do ano que vem, entram em discussão as reduções de outras cinco áreas protegidas e uma terra indígena, para dar lugar a mais três usinas do chamado Complexo Tapajós, o maior projeto hidrelétrico do governo depois de Belo Monte.

Como compensação, o governo estuda criar uma estação ecológica em Maués, no Estado do Amazonas.
Procurado pela Folha, o ICMBio não comentou a proposta até o fechamento desta edição. (Folha)

Investimentos globais em energia limpa tiveram alta de 32%


O desenvolvimento da energia eólica na China e do uso de painéis solares na Europa em 2010 impulsionou o crescimento dos investimentos globais em energia renovável, que chegaram a US$ 211 bilhões (R$ 327 bilhões), uma alta de 32% em relação a 2009, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
A pesquisa divulgada pela agência ambiental da ONU destaca que o uso de energia solar, eólica, biomassa e outras formas de energia verde está crescendo, apesar da falta de progresso em negociações internacionais para diminuir as emissões de gases de efeito de estufa originários da queima de combustíveis fósseis.  
O relatório mostra ainda que o mundo em desenvolvimento, liderado pela China, pela primeira vez atraiu a maior parte dos investimentos em projetos de grande porte de energia renovável. Os chineses gastaram US$ 48,9 bilhões (R$ 76 bilhões) em tais projetos, a maior parte em energia éolica – aumento de 28% em relação a 2009. Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar, com investimentos de US$ 23,8 bilhões (R$ 37 bilhões) - os dois países são os maiores emissores mundiais de gases do efeito estufa, respectivamente.
Fonte: Eco Desenvolvimento